segunda-feira, 17 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Direito da mãe
É natural que o aborto seja um assunto dilacerante em cada sociedade. Que outra questão diz tão diretamente respeito à própria preservação da espécie? A dificuldade é medir a proporção do direito da mãe em relação ao da criança que ainda não nasceu. Numa decisão histórica, em 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a mãe é quem decide até o sexto mês de gravidez. Nos anos 90, a liberalização se tornou o alvo predileto do conservadorismo americano - curiosamente, a razão do único terrorismo sistemático existente nos Estados Unidos. Entre 1977 e 1994, ocorreram 1.700 atentados contra clínicas de aborto no país. Os comunistas tinham um comportamento dogmático nesse assunto: liberação total e irrestrita. Estima-se que em Cuba cerca de 40% das gestações terminem em aborto. Assim era na Polônia comunista. Num caso raro de retrocesso, o governo pós-comunista, com forte influência católica, cassou o direito de aborto.
A maioria da população do planeta vive em países com legislação liberal. A começar pela China, onde o controle demográfico é uma estratégia fundamental do governo. O Japão é um caso especial, visto que não restringe o aborto mas proíbe radicalmente as pílulas anticoncepcionais. O resultado é uma alta taxa de aborto. Poucos países admitiam o aborto até apenas três décadas atrás. A liberalização na Inglaterra, em 1967, é considerada um marco no processo. O grupo dos países onde o aborto é inteiramente ilegal é bem homogêneo. No Brasil, apesar da pressão contrária de católicos e evangélicos, a comissão de juristas que estuda a reforma do Código Penal sugeriu a ampliação dos casos em que o aborto é permitido. A proposta, se aprovada, legaliza o aborto nas situações em que ocorreu violência física ou moral contra a mulher. Outra circunstância em que seria aceito é quando há fraude, como no caso do anticoncepcional Microvlar, que causou gravidez indesejada em várias mulheres.
*No Brasil o aborto é permitido em caso de incesto, estupro ou anomalia fetal.
Textos e imagens: http://www.aborto.com.br/mapa/index.htm
quarta-feira, 5 de maio de 2010
50 anos da pílula anticoncepcional
COMO O MÉTODO CONTRACEPTIVO INFLUENCIOU A TOMADA DE DECISÕES PESSOAIS E PROFISSIONAIS PELAS MULHERES
Em uma sociedade contemporânea em que a mulher exerce diversos papéis, seja como profissional, administradora do lar, estudante, solteira, esposa ou mãe, as influências comportamentais e a moda feminina que marcaram as décadas anteriores são visíveis no dia a dia. Com um ritmo de vida dinâmico, a mulher atual, a exemplo de alguns ícones femininos do passado, vive em constante busca por independência. Neste contexto, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década de 60, permitiu que a mulher passasse a controlar sua fertilidade, conquistasse liberdade sexual com segurança e praticidade e, mais recentemente, aliasse a contracepção a outros benefícios propiciados pela pílula.
Estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, organização de saúde sexual dos Estados Unidos, revela que 80 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional no mundo. O maior percentual de consumidoras reside na Europa e nos Estados Unidos e utilizam o método para planejar o tamanho da família, se dedicar aos estudos e à carreira. O estudo revela ainda que, na América Central e do Sul, cerca de 16 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional, sendo que as brasileiras usam os contraceptivos orais durante um período maior – entre dois e cinco anos -, enquanto as mexicanas utilizam o método por apenas um ano sem interrupção. “Normalmente, as mulheres realizam uma pausa no uso da pílula por razões culturais, no entanto, não é um procedimento recomendado, justamente por haver a possibilidade de ocorrer uma gestação não planejada neste período”, afirma o Prof. Dr. Afonso Nazario, Chefe do Departamento de Ginecologia da UNIFESP. O levantamento do Instituto Guttmacher mostra também que a taxa de contracepção na América Central e do Sul aumentou consideravelmente, de 15% em 1969, para mais de 70% em 2000.
O atual índice elevado de utilização da pílula anticoncepcional contrasta com o período de seu lançamento, ocorrido quando o cenário mundial pregava uma conduta moral de castidade feminina - na época o método era receitado apenas para as mulheres casadas e com autorização dos maridos. A primeira pílula, lançada nos Estados Unidos, possuía formulação com altas doses de hormônio, que gerava alguns efeitos colaterais, e assim não conquistou as usuárias. Em 1961 importante empresa do mercado farmacêutico lança a primeira pílula disponibilizada em países da Europa, Austrália e Brasil, com formulação seis vezes maior que a quantidade de princípio ativo dos contraceptivos atuais.
No auge dos anos 70, surge a chamada segunda geração de pílulas, com redução significativa da quantidade de hormônios usados nas primeiras versões. No final dos anos 90 é inaugurada a terceira geração da pílula anticoncepcional, com formulações de baixas doses e princípios ativos mais modernos que proporcionam outros benefícios além da contracepção.
Paralelo ao surgimento da pílula, as mulheres iniciaram uma revolução silenciosa e discreta. A taxa de fecundidade brasileira decresce da média nacional de 6,3 filhos em 1960 para 5,8 filhos em 1970, chegando ao patamar de 2,3 filhos em 2000. A região Sudeste foi a que registrou o menor índice de fecundidade, 2,1 filhos por mulher, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Com a opção de controlar a fertilidade, a mulher pode escolher o momento ideal para ingressar no mercado de trabalho em busca de sua independência financeira ou ampliação dos bens de consumo de toda a família”, afirma Flavio Gikovate, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor.
A expansão do ensino nas décadas de 60 e 70 permitiu que as mulheres aumentassem sua escolaridade e, com isso, passassem a pensar no desenvolvimento de uma carreira. “A pílula anticoncepcional surgiu em um momento já favorável para o início da ‘revolução de costumes’, período em que a sexualidade humana ganhou importância própria, desvinculando-a da necessidade de reprodução e permitindo que as mulheres pensassem em relações sexuais sem o pavor da gestação”, ressalta Gikovate.
De acordo com os indicadores da Fundação Carlos Chagas, a participação da mulher no mercado de trabalho ou procurando emprego em 1976 era de 28,8%. Já em 2007, este índice representou um total de 43,6%. Em 2009, dados atualizados do IBGE revelam que o trabalho feminino já corresponde a 45,1% da população empregada no País.
Observe como a evolução feminina no mercado de trabalho impactou os índices de fecundidade nas últimas décadas:
*População recenseada no Brasil e taxa de fecundidade brasileira – dados do IBGE
*População economicamente ativa feminina – dados da Fundação Carlos Chagas
Fonte: Revista Sempre Materna - 03/03/2010
http://semprematerna.uol.com.br/bagagem-materna/50-anos-da-pilula-anticoncepcional
Por: Burson-Marsteller, Bayer Schering Pharma, Fundação Carlos Chagas, IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Instituto Guttmacher
Postagens populares
-
“Uma análise contemporânea da produção em série de assassinos mirins”, “uma análise do grande trauma da violência infanto-juvenil nos...
-
Faltaram tempo e parceiro ideal para a atriz Aracy Balabanian Solteira, depois de "cerca de três casamentos" não oficiais, a atr...
-
"A missão do útero não se limita à nobre tarefa de abrigar uma nova vida nem termina com o nascimento do bebê. O órgão ajuda a m...
-
Conheça a história de Maria da Penha, a mulher que lutou por 19 anos para ver seu marido e agressor na cadeia e deu nome à Lei de Violência ...
-
Frida Kahlo é sem sombra de dúvidas um dos meus úteros vazios favoritos. Sinto como se a vida e a obra dela fossem o suficiente para serem ...
-
E quem disse que o útero vazio não tem post especial de páscoa? Tem sim senhoras. Com coelho e tudo. Com vocês: o Pedro Coelho. O pers...