sábado, 13 de dezembro de 2014

The vessel (of hope)


Há três dias, uma amiga que sabe deste blog e do longo processo de torná-lo em um livro, me mandou uma mensagem que dizia: “Sexta vai passar um documentário chamado The Vessel.É sobre uma médica holandesa que faz abortos em um barco em águas internacionais. Pensei no seu livro. Queria muito que você fosse comigo. A médica vai estar lá”.

Como dizer não a um convite desses? Tratei de ir. E, para a minha enorme surpresa, o documentário era sobre um barco de aborto sobre o qual eu havia ouvido falar muito antes, anos antes na verdade, quando ainda morava no Brasil.
Ao longo da noite, vários pontos foram se conectando na minha memória e, após quase 3 horas de evento, depois de ter assistido a um curta das mulheres do ROSA (ativistas irlandesas dos direitos reprodutivos femininos e contra a opressão masculina), ao documentário TheVessel, e ter participado da sessão de perguntas e repostas com a Rebecca Gomperts, a médica e personagem central do filme, tudo fez sentido. Tudo mesmo. Como se cada queda, cada curva, cada acontecimento que eu não pude explicar em minha vida nos últimos 5 anos tivesse acontecido para que eu pudesse estar lá e testemunhar aquele momento. O momento em que tudo voltou a ter um propósito.

Certas coisas são difíceis de explicar. A gente sente e pronto. O que senti ontem foi uma delas e voltei para casa com uma admiração profunda pela Rebecca, com o meu leque de esperanças renovadas e com a certeza de que terminarei esse projeto e terei o livro Útero Vazio em minha mãos, leve o tempo que levar.

E um dia todas nós: eu e vocês, que visitam este blog, e que me contaram suas histórias ou ainda pretendem fazê-lo (basta me mandar um email: bloguterovazio@gmail.com) nos reuniremos para celebrar o eco de nossas vozes que serão lidas aos quatro ventos.

Por ora, deixo o trailler que registra parte dos esforço herculano das admiráveis ativistas do Womenon Waves, que informam mulheres ao redor do mundo sobre a existência da pílula do aborto, e as ensinam a usá-la. A pïlula pode ser usada para abortar uma gravidez de até 12 semanas e as ativistas as enviam pelo correio para mulheres que vivem em países onde o aborto é ilegal.


Nicole Rodrigues



domingo, 2 de novembro de 2014

Robyn Davidson

Em 1977, uma australiana de 26 anos iniciou uma aventura que duraria nove meses: ela percorreu 2700 km acompanhada apenas de um cachorro e de 4 camelos. O desafio era cruzar o deserto australiano e, não só sobreviver, mas viver, tudo o que essa jornada teria para oferecer. E ela o fez.



Nove meses. Uma gestação física, emocional e espiritual, não há dúvidas.


Ao voltar do deserto, ela se surpreendeu com o enorme interesse das pessoas pela sua história, despertado por uma matéria da revista National Geographic, e decidiu escrever um livro que chamou de Tracks (Pegadas). 


Trinta e sete anos depois este livro foi adaptado para as telas do cinema com o mesmo nome e eu corri para vê-lo. 


Até pouco tempo atrás eu sequer sabia que existia uma heroína neste mundo chamada Robyn Davidson. Uma mulher linda, corajosa e inspiradora que escolheu ver o mundo a pé, ou de camelo, e que ousou viver para si e por si só. 


Lembro que assisti o trailer deste filme enquanto aguardava um outro começar e de imediato me interessei pela história. Anotei o nome do filme na palma da mão e, ao chegar em casa, tratei de ler tudo o que eu podia sobre Robyn. 



Logo nos primeiros minutos da pesquisa descobri que ela não teve filhos e senti um enorme sorriso brotar em minha face ao confirmar que ela iria fazer parte do hall de algumas das mulheres sem filhos que viveram uma vida incrível e que estão listadas aqui na coluna direita deste blog. 

Seja muito bem-vinda, Robyn! Que prazer enorme tê-la no meio de nós.

Liberdade e mobilidade para mulheres viajantes



Na timeline do meu Twitter encontrei um lindo projeto batizado de "The Freedom Traveller". Na página “Sobre” do site oficial desta iniciativa lê-se o seguinte texto:
Há 500 anos atrás, as mulheres sofriam desvantagens em relação ao direito de ir e vir, de dizer o que pensavam e de escolher o estilo de vida que desejassem. Mas será que, 500 anos depois, algo mudou?
  • Mulheres são proibidas de dirigir na Arábia Saudita. Elas podem andar de bicicleta, mas devem usar uma vestimenta que cubra todo o corpo, chamada de abaya, devem estar acompanhadas de uma pessoa do sexo masculino e podem passear apenas por alguns bairros.
  • 62% dos estudantes universitários no Paquistão são mulheres, mas a grande maioria delas não recebe propostas de trabalho. Elas enfrentam problemas de locomoção porque é considerado um tabu que mulheres saiam nas ruas sozinhas.
O objetivo deste projeto é conectar mulheres viajantes, especialmente em países que restringem a liberdade de movimento, tornando-se uma plataforma onde mulheres de várias nacionalidades possam se conhecer e compartilhar informações e recursos, assim como compartilhar suas experiências de viagem. Tudo isso visando eliminar barreiras de mobilidade para mulheres que desejam viajar.

Vale a pena criar um perfil, utilizar e compartilhar dicas por lá.

 

domingo, 28 de setembro de 2014

O aborto clandestino pune e mata as mulheres

Neste dia tão importante, aqui vai um texto da Sonia Coelho que eu gostaria de compartilhar com vocês:

Jandira Magdalena, 27 anos, dois filhos. Elizangela Barbosa, 32 anos, três filhos. Josicleide Souza, 37 anos, dois filhos. Em comum, o fato de que morreram vítimas do aborto clandestino. As mortes destas mulheres foram noticiadas. Quantas mais precisarão morrer ou ficar com sequelas para que a nossa sociedade e os e as governantes tomem uma atitude? 

As três mulheres eram mães, responsáveis por suas famílias, mulheres trabalhadoras e saudáveis. Como afirmou o marido de Elizangela, ela só queria continuar trabalhando e ter independência financeira.

Perderam suas vidas porque as mulheres não tem o direito de decidir sobre a maternidade. Esta é uma triste realidade de muitas mulheres brasileiras que, diante de uma gravidez indesejada, decidem fazer um aborto em uma situação de clandestinidade, na busca por garantir sua autonomia e seu direito de decidir.

Em todas as partes do mundo em que o aborto é proibido por lei, as mulheres continuam interrompendo a gravidez indesejada.

De 2004 a 2013, entre 7,5 milhões e 9,3 milhões de mulheres interromperam uma gestação. Os dados são do estudo “Magnitude do abortamento induzido por faixa etária e grandes regiões”, conduzido pelos professores Mario Giani Monteiro (Instituto de Medicina Social-UERJ) e Leila Adesse (ONG Ações Afirmativas em Direitos e Saúde). O levantamento revela que, somente no ano passado, foram 205.855 internações decorrentes de abortos no país, sendo que 154.391 por interrupção induzida. O estudo estima que o total de abortos induzidos em 2013 variou de 685.334 a 856.668 casos. As mortes por aborto são a quarta causa de mortalidade materna no Pais.

Mas é preciso explicitar que não é o aborto em si que mata as mulheres no Brasil. O que mata as mulheres é a clandestinidade, fruto de uma sociedade hipócrita e misógina que criminaliza o aborto. As mulheres são tratadas como se fossem seres irresponsáveis e sem capacidade de decidir sobre sua vida, retirando delas este direito fundamental. São as mulheres pobres e negras as mais penalizadas por essa realidade, pois se submetem ao aborto em condições muitas vezes inseguras e não tem onde ser socorrida.

Em 2007, uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde demonstrou que nos países onde o aborto é permitido por lei o número de procedimentos é menor. Em países da Europa Ocidental, a incidência é de 12 abortos por mil mulheres. Na América Latina, esse número é de 31 a cada mil mulheres. No México, por exemplo, o resultado da legalização do aborto fez diminuir a mortalidade materna e as internações por hemorragias.

Ou seja, a proibição do aborto não está a serviço da defesa da vida como setores religiosos e conservadores alegam. A proibição do aborto é uma forma de controle da vida das mulheres, com base na visão de que a maternidade é o destino e função primordial das mulheres em nossa sociedade.

Desde as eleições de 2010, estes setores estão impondo um debate equivocado e chantagista na política brasileira. Enquanto impedem qualquer avanço na legislação, no sentido de ampliar e garantir os direitos das mulheres, apresentam frequentemente propostas de retrocesso, como o Estatuto do Nascituro e o Bolsa Estupro. A laicidade do Estado é cotidianamente desrespeitada, quando estes setores, sejam católicos, evangélicos, espíritas, tentam a todo custo impor suas concepções religiosas e morais como orientadoras das políticas de Estado, em um flagrante desrespeito a cidadania e autonomia das pessoas.

A articulação destes setores no poder legislativo se expandiu para outras esferas formadoras de opinião da sociedade. Atualmente, há um discurso hegemônico no Brasil de que as mulheres que decidem pelo aborto são irresponsáveis e assassinas, o que faz com que muitas mulheres tenham medo de recorrer a um hospital quando o procedimento tem alguma complicação, para evitar ser maltratada ou ser denunciada pelos próprios profissionais de saúde.

O dia 28 de setembro é o dia Latino Americano e caribenho de luta pela legalização do aborto. Neste dia, reafirmamos que nenhuma mulher deve morrer ou ser presa em decorrência de ter decidido pelo aborto.

Exigimos medidas urgentes como a venda legal do medicamento Cytotec em todas as farmácias, para que as mulheres que decidam pelo aborto não fiquem a mercê destas clínicas clandestinas e inseguras, ou nas mãos de traficantes.

Exigimos que, enquanto o Congresso conservador não aprova um projeto de descriminalização e legalização do aborto, o Ministério da Saúde organize um serviço de redução de danos, que oriente as mulheres para que elas não arrisquem suas vidas.

Nem mais uma morte de mulheres! Só a legalização do aborto evita estas mortes e garante a autonomia das mulheres.

Sonia Coelho é assistente social, integrante da equipe da SOF e militante da Marcha Mundial das Mulheres
Sonia Coelho 
assistente social, integrante da equipe da SOF e militante da Marcha Mundial das Mulheres

Fonte do texto: SOF

Dia de luta pela descriminalização do aborto


Hoje é dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina e tem manifestação acontecendo em várias cidades. Quem não puder participar em São Paulo, Rio, Belo Horizonte ou Porto Alegre, pode criar tweets com a seguintes hashtags: , , e . 

sábado, 13 de setembro de 2014

Direitos das crianças


“I don’t know anything about politics. But every child should matter. We talk about abortion and there’s an uproar. But what about the billions of children that are already out there in the world? The only way that things can change is if ordinary people stand together – not a few people here or there making a noise - but across the whole world – and say we are standing up for the rights of the child. The legislation is there. We just need to make sure it’s implemented.”

"Eu não entendo de política. Mas a vida de cada criança deveria contar. A gente fala de aborto e todo mundo acha um absurdo. Mas e os bilhões de crianças que já estão no mundo? O único jeito das coisas mudarem é se pessoas comuns se unirem - não apenas algumas pessoas aqui e outras lá - mas pessoas em todo o mundo - e disserem: nós estamos lutando pelo direito das crianças. A legislação existe. Nós só temos que garantir que ela seja implementada."

Christina Noble
Escritora, filantropista e ativista irlandesa


sábado, 6 de setembro de 2014

Gloria Naylor


Hoje, lendo um lindo livrinho que encontrei na prateleira de minha mãe, chamado "Palavras de força e perseverança" descobri mais um maravilhoso útero vazio: Gloria Naylor. Uma escritora americana cuja citação contida neste livro muito me marcou:

O que aprendi nos últimos 20 anos é que Eu sou o único juiz a decidir quais são os meus limites. E, quando olho para o horizonte dos próximos vinte anos, não existe nenhum... nenhum limite. Com esse tipo de consciência, amadureci o máximo que me é possível; o envelhecimento parou aqui e, agora, limito-me a melhorar.

Após um breve casamento, durante os anos em que foi missionária, Naylor decidiu não se casar novamente e não ter filhos porque sentia que era essencial ficar sozinha para escrever seus livros. Hoje Naylor é considerada uma das escritoras afroamericanas mais respeitadas do mundo.


Fonte das informações sobre Naylor: Encyclopedia.com

domingo, 10 de agosto de 2014

Twitter



Vim rapidinho só para dizer que o Útero Vazio acaba de estrear no Twitter (@emptyuetrusblog).

A partir de hoje postarei umas doses homeopáticas do blog por lá, quem quiser seguir, é só clicar aqui. Espero ver vocês por lá também!



Podcast - Uma comunidade de mulheres sem filhos

http://www.clackamas.us/corrections/victim.html


Uma em cada 5 mulheres no Canadá chega aos 40 sem ter filhos - o dobro da geração anterior. Essas mulheres estão se tornando um grupo cada vez mais orgnanizado, ativo e expressivo, determinado a redefinir as narrativas culturais da maternidade e do que é ser mulher nos dias de hoje.

Neste podcast do canal de rádio americano CBC 1, Lisa Manterfield, Melanie Notkin e Laura Scott, algumas das figuras mais proeminentes da comunidade online de mulheres sem filhos, discutem o que as levou a não se tornarem mães e como elas lidam com esta escolha em uma sociedade cada vez mais focada na criança e obcecada em controlar os direitos reprodutivos das mulheres.

Ouça este interessante debate (em inglês) e comente o que você achou aqui conosco.

domingo, 3 de agosto de 2014

Cameron Diaz


"Not having a baby might really make things easier, but that doesn't make it an easy decision."

"Não ter um bebê pode tornar as coisas mais fáceis, mas isso não significa que esta seja uma decisão fácil".


Cameron Diaz
(em entrevista à Revista Esquire)

sábado, 12 de julho de 2014

Violência obstétrica


Sugestão de leitura: Mães e profissionais relatam a desumanização do parto

Fonte: Feminismo muda o mundo

Ser mãe é uma condição subjetiva


Vale lembrar que ser mãe é uma condição subjetiva; nem toda a mulher fértil está apta a exercer a maternidade. Nem ela é mágica capaz de transformar o caráter da mulher.

Mary del Priore

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O que se deve condenar não são as mães, mas a ideologia que incita todas as mulheres a se tornarem mães

O que se deve condenar não são as mães, mas a ideologia que incita todas as mulheres a se tornarem mães
"- A. S. - A senhora foi freqüentemente atacada por sua posição em relação à maternidade, e isso por mulheres. Elas a acusam de recusar a maternidade.
- S. B. - Ah, não! Eu não a recuso! Acho apenas que hoje é uma armadilha infantil para uma mulher. Por isso, aconselharia uma mulher a não se tornar mãe. Mas não faço um julgamento de valor. O que se deve condenar não são as mães, mas a ideologia que incita todas as mulheres a se tornarem mães e em que condições devem sê-lo.
Junta-se a isso uma mistificação perigosa da relação mãe-filho. Acho que se as pessoas dão tanta importância à família e aos filhos é porque, no todo, vivem numa grande solidão: não têm amigos, amor, ternura, ninguém. Estão sós. Portanto, fazem filhos para terem alguém. Dá-se o mesmo com o filho. Ele se torna um substitutivo. Em todo caso, quando cresce, livra-se. Não constitui absolutamente uma garantia contra a solidão".
(SCHWARZER, Alice. Simone de Beauvoir hoje).

Encontrei este texto lá no Grupo de literatura de autoria feminina, da querida Lélia Almeida.

domingo, 20 de abril de 2014

Vivian Maier




Ainda lembro da primeira vez que ouvi falar de Vivian Maier: foi nas manchetes de um jornal há uns 4 ou 5 anos atrás. Se não me engano, foi nos destaques do dia no site da BBC. 

Alguém (que hoje eu sei que se trata do historiador John Maloof) havia comprado uma caixa de fotografias e de negativos em um leilão em Chicago e descoberto um verdadeiro tesouro fotográfico que logo se tornaria inestimável em termos históricos, culturais e artísticos. 

Nada se sabia sobre o fotógrafo anônimo que, para a surpresa de muitos, revelou-se ser uma mulher. Uma americana que havia morado por 25 anos na França, aprendido a falar inglês indo ao cinema, e que trabalhou como babá por cerca de 40 anos. 

Apenas um pouco mais do que isso é sabido sobre esta mulher misteriosa que, aos olhos dos que pensavam conhecê-la, parecia ter vivido uma vida tão comum, quando, na verdade, dedicava-se secretamente à criação de uma obra fotográfica extraordinária.

Sua coleção consiste em mais de 100 mil fotografias tiradas principalmente nos arredores de Chicago, mas também em Nova Iorque, Los Angeles, Manila, Bangkok, Pequim, Egito e Itália, e pode ser dividida em duas grandes categorias: fotografia de rua e autorretratos. Seu olho clínico para o registro de coisas corriqueiras e da expressão dos transeuntes, lhe rendeu o título de mestre da fotografia de rua.

Tudo indica que ela gastava todo o dinheiro que ganhava como babá em manutenção para suas máquinas fotográficas de estimação, comprando e revelando filmes, e arquivando suas milhares de fotos em caixas que guardava cuidadosamente no quarto que seria seu, nas duas ou três casas de família onde morou durante sua vida. 


Há rumores de que no final da vida ela possa ter sido moradora de rua, antes de ser encontrada e assistida por algumas das crianças que ajudou a criar muitos anos antes, e que lhe compraram um apartamento e ajudaram a pagar as contas, até que caiu, ao bater a cabeça no gelo, não se recuperou da queda e morreu em 2009, aos 83 anos. 

Para quem quiser saber mais sobre a vida desta mulher incrível, deixo 3 dicas:

1) Um livro de autorretratos. 



2) Um segundo livro que apresenta uma fantástica seleção de suas fotos de rua. 


3) Um documentário chamado “Finding Vivian Maier”, lançado em 2013, que entrevista amigos e conhecidos da fotógrafa, na esperança de entender melhor como e porquê ela ocultou seu talento e sua obra por tanto tempo. 



domingo, 30 de março de 2014

What women deserve (O que as mulheres merecem)


Esse vídeo é tão maravilhoso que não pude me conter e postei agora mesmo, minutos antes de assisti-lo pela primeira vez, ainda que não haja legendas em português (mas encontrei um link para a transição do áudio, aqui).

Assim que sobrar tempo farei questão de traduzi-lo eu mesma e de postar a versão em português aqui para vocês lerem. Mas, por ora, fica aqui o registro do trabalho da maravilhosa Sonya Renee Taylor, poeta e ativista americana que, neste poema, "What women Deserve", discorre sobre porque as mulheres merecem mais.

Esta obra é centrada na ausência do direito a fazer escolhas que envolvem o nosso próprio corpo, na ausência do direito ao aborto de forma legalizada e com atendimento médico adequado, na ausência do direito de não nos tornarmos mães, e em toda hipocrisia social e polïtica que envolve estes assuntos e que os impede de serem tratados como a escolha individual e instranferível que são.

Nicole Rodrigues

quarta-feira, 26 de março de 2014

Enya



"When I left school, I had a list of priorities headed by 'marriage' and 'children'. That is how, I suppose, as a woman, you are brought up to think. At the same time, as I grew older, I told myself that if it happens, it happens, and that will be fine, but if it doesn't, that will be fine, too." 

"Quando saí da escola, eu tinha uma lista de prioridades que começavam com “casamento” e “filhos”. É assim, penso eu, que uma mulher é levada a pensar. Ao mesmo tempo, à medida em que fui amadurecendo, eu disse a mim mesma: se acontecer, bem. Se não acontecer, bem também." 


Enya
Cantora irlandesa

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dian Fossey






Aos poucos este blog se transforma em livro. E se não fosse uma das mais recentes entrevistadas – que, aliás, já virou uma grande amiga - eu provavelmente não teria ouvido falar da Dian Fossey. Que agora aparece no nosso mural de mulheres sem filhos (na coluna do lado direito) e ganha uma postagem toda dela.

Dian foi uma zoologista americana que contribui enormemente para a conservação de gorilas em seu habitat natural. Ela dedicou 18 anos de sua vida ao estudo desta espécie e se tornou uma das principais primatologistas do mundo.
Seu livro, Gorilas in the mist ainda é um dos mais lidos sobre os primatas, mesmo tendo sido escrito há mais de 30 anos.

Dian foi assassinada em 1985, aos 52 anos, em Ruanda, em circunstâncias que ainda não foram completamente esclarecidas.
O livro citado acima é uma autobiografia, escrita em 1983. Um filme homônimo e protagonizado por Sigourney Weaver foi lançado em 1988.

Pelo (pouco) que li sobre Dian, parece que este filme é uma mistura da autobiografia de Dian e de um artigo intitulado com o mesmo nome escrito por Harold Hayes - autor de um livro sobre ela chamado The Dark Romance of Dian Fossey - para a revista Life em 1987. 

Também em 1987 foi lançada a primeira biografia sobre ela, chamada Woman in the mists, escrita pelo autor canadense Farley Mowat.

E pelo pouco que entendi, parece que a autobiografia de Dian omite muita coisa (além de obviamente não contar o final da história, já que ela morreu dois anos após ter finalizado a obra), enquanto os dois principais livros escritos sobre ela após a sua morte parecem revelar mais detalhes sobre a personalidade, o estilo de vida e os conflitos pessoais e profissionais enfrentados por ela - por apresentarem um desfecho, páginas de seus diários e entrevistas com pessoas que a conheciam e trabalharam com ela.

É claro que, depois que alguém morre, é bem fácil inventar, aumentar, editar e ocultar muita coisa. Então sempre acho que para nos aproximarmos o máximo possível da verdade, o melhor mesmo é recorrer a vários fontes.

Creio que a leitura destes 3 livros (um dela e dois sobre ela), assim como uma sessão pipoca no sofá para assistir a este filme, podem ajudar a conhecer melhor esta mulher que viveu uma vida extraordinária e partiu deste mundo sem deixar filhos para trás.



Nicole Rodrigues

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