O que se deve condenar não são as mães, mas a ideologia que incita todas as mulheres a se tornarem mães"- A. S. - A senhora foi freqüentemente atacada por sua posição em relação à maternidade, e isso por mulheres. Elas a acusam de recusar a maternidade.- S. B. - Ah, não! Eu não a recuso! Acho apenas que hoje é uma armadilha infantil para uma mulher. Por isso, aconselharia uma mulher a não se tornar mãe. Mas não faço um julgamento de valor. O que se deve condenar não são as mães, mas a ideologia que incita todas as mulheres a se tornarem mães e em que condições devem sê-lo.
Junta-se a isso uma mistificação perigosa da relação mãe-filho. Acho que se as pessoas dão tanta importância à família e aos filhos é porque, no todo, vivem numa grande solidão: não têm amigos, amor, ternura, ninguém. Estão sós. Portanto, fazem filhos para terem alguém. Dá-se o mesmo com o filho. Ele se torna um substitutivo. Em todo caso, quando cresce, livra-se. Não constitui absolutamente uma garantia contra a solidão".(SCHWARZER, Alice. Simone de Beauvoir hoje).
Encontrei este texto lá no Grupo de literatura de autoria feminina, da querida Lélia Almeida.
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