Ainda lembro da primeira vez que ouvi falar de Vivian Maier: foi nas manchetes de um jornal há uns 4 ou 5 anos atrás. Se não me engano, foi nos destaques do dia no site da BBC.
Alguém (que hoje eu sei que se trata do historiador John Maloof) havia comprado uma caixa de fotografias e de negativos em um leilão em Chicago e descoberto um verdadeiro tesouro fotográfico que logo se tornaria inestimável em termos históricos, culturais e artísticos.
Nada se sabia sobre o fotógrafo anônimo que, para a surpresa de muitos, revelou-se ser uma mulher. Uma americana que havia morado por 25 anos na França, aprendido a falar inglês indo ao cinema, e que trabalhou como babá por cerca de 40 anos.
Apenas um pouco mais do que isso é sabido sobre esta mulher misteriosa que, aos olhos dos que pensavam conhecê-la, parecia ter vivido uma vida tão comum, quando, na verdade, dedicava-se secretamente à criação de uma obra fotográfica extraordinária.
Sua coleção consiste em mais de 100 mil fotografias tiradas principalmente nos arredores de Chicago, mas também em Nova Iorque, Los Angeles, Manila, Bangkok, Pequim, Egito e Itália, e pode ser dividida em duas grandes categorias: fotografia de rua e autorretratos. Seu olho clínico para o registro de coisas corriqueiras e da expressão dos transeuntes, lhe rendeu o título de mestre da fotografia de rua.
Tudo indica que ela gastava todo o dinheiro que ganhava como babá em manutenção para suas máquinas fotográficas de estimação, comprando e revelando filmes, e arquivando suas milhares de fotos em caixas que guardava cuidadosamente no quarto que seria seu, nas duas ou três casas de família onde morou durante sua vida.
Há rumores de que no final da vida ela possa ter sido moradora de rua, antes de ser encontrada e assistida por algumas das crianças que ajudou a criar muitos anos antes, e que lhe compraram um apartamento e ajudaram a pagar as contas, até que caiu, ao bater a cabeça no gelo, não se recuperou da queda e morreu em 2009, aos 83 anos.
Para quem quiser saber mais sobre a vida desta mulher incrível, deixo 3 dicas:
1) Um livro de autorretratos.
2) Um segundo livro que apresenta uma fantástica seleção de suas fotos de rua.
3) Um documentário chamado “Finding Vivian Maier”, lançado em 2013, que entrevista amigos e conhecidos da fotógrafa, na esperança de entender melhor como e porquê ela ocultou seu talento e sua obra por tanto tempo.
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