terça-feira, 26 de abril de 2011

Acabando com o mito - Semana de conscientização sobre a infertilidade (de 24 a 30 de abril)


O número de mulheres inférteis e de mitos sobre a infertilidade é tão grande que a Associação Americana de Infertilidade decidiu criar a Semana de conscietização sobre a infertilidade. Uma semana dedicada a acabar com os mitos sobre a infertilidade e compartilhar informações sobre diferentes formas de se construir uma família.

Como você pode ajudar? Comece educando a si mesma. Pesquise sobre o tema e aprenda o máximo que puder, depois compartilhe essas informações com a sua família e amigos.


Você é infértil? Então escreva e compartilhe a sua história conosco (via email, blog, comentários).

Você tem um blog? Então publique em seu blog algum artigo acadêmico, matéria de jornal ou estudo científico sobre o tema. E, se quiser, publique o link do seu post sobre a fertilidade aqui nos comentários do útero vazio para que outras pessoas interessadas no assunto possam ler as informações que você escolheu compartilhar.

Mãos à obra uterinas!

Nicole Rodrigues 

domingo, 24 de abril de 2011

A minha tese




A Angela Carneiro, uma escritora e ilustradora muito talentosa (com quem eu esbarrei na internet nos últimos dias e que passei a seguir) veio visitar o útero vazio e me enviou o seguinte comentário:

"Gostaria de entender melhor a sua tese!"

Lá fui eu responder o comentário e quando vi já não cabia mais no espaço destinado à mensagem, então a minha resposta acabou virando esse post, o que no fim das contas é uma coisa boa já que permite que eu compartilhe, mais uma vez, o que me levou a criar esse blog.

A minha tese, que eu nunca chamei de tese até hoje, nada mais é do que experiência própria. Nós, mulheres, fomos e somos moldadas desde pequenininhas não só a desejar mas a aceitar incondicionalmente a maternidade como algo intrínseco à nossa existência. Nasceu mulher = vai parir e só então experenciará a evolução absoluta, o amor maior, o sacrifício divino; só então entenderá a importância de ser mulher, etc, etc, etc. Como se a condição feminina fosse uma ciência exata, como a matemática, ou prevista por natureza e por lei.

O que funciona muito bem para quem quis e quer ter filhos, quem desejou ou assimilou esse amor maternal "nato" que brotou, cresceu e se instalou tão naturalmente em suas vidas. Mas e quem não se sente assim? Quem nunca sentiu esse desejo brotando? Quem não deseja parir, não deseja adotar, não deseja ser mãe? E quem ainda não decidiu? Quem, em vários momentos, pensou: será que eu quero isso pra mim? Onde é que essas mulheres todas cabem, vivem, se escondem? Onde é que esse debate, esse questionamento, essa reflexão individual em um meio coletivo acontece? Não acontece.

Simplesmente não há espaço em nossa sociedade para isso. O que existe é o estigma, o preconceito, o desrespeito. O que se ouve é um coral de vozes a repetir: “Ela é egoísta, é imatura, nunca vai se sentir completa, deve ser infértil a coitada, o marido vai largar por outra que queira dar filhos pra ele, essa pobre vai envelhecer sem ter quem cuide...” sempre partindo do pressuposto de que a situação da mulher que não pode ter filhos deve suscitar piedade, e de que a escolha consciente de não ter filhos deve despertar o desprezo ou o julgamento. “Ela não sabe o que está fazendo, está cometendo um erro e vai se arrepender.”

E as poucas mulheres que não sentiram o desejo de se tornarem mães e decidiram não ceder à pressão social e seguir adiante sem filhos acabam passando o resto de suas vidas à margem e temendo pelo dia em que, de acordo com os outros, descobrirão que tomaram a decisão errada.

A minha tese, dona Angela, é que já passou da hora de abrir espaço para quem ao menos se permite questionar esse condicionamento para saber se ele virou desejo mesmo ou não, porque só através desse questionamento é possível tomar uma decisão de forma consciente e não apenas automaticamente, achando que ter filhos é o que devemos fazer, porque é isso o que esperam de nós.

A maternidade consciente deve ser uma benção. Uma experiência incrível sem sombra de dúvida. Mas a maternidade indesejada, por sua vez, deve ser a pior maldição. Então tratemos de enfrentar o medo de descobrir se queremos mesmo nos tornar mães. Lendo sobre outras mulheres ao redor do mundo que através de livros, desenhos, quadros e diários compartilharam conosco seus medos, dúvidas, descobertas e certezas sobre uma vida sem filhos.

Este espaço é para todas elas, é para todas nós, que agora temos um útero vazio repleto de informações que podem nos ajudar a tomar ou entender melhor a nossa decisão sobre a maternidade.

Quem decidir que quer ter filhos tem mais é que ter mesmo, quantos quiser, paridos ou adotados, e ser muito feliz. Filhos desejados, que venham todos! E quem não pode ou decide não tê-los deve poder seguir em paz sabendo que o mundo também pertence a elas e que elas não estão sozinhas no mundo. Já que o mundo não é feito só de filhos.


Nicole Rodrigues


p.s. aqui vai o link para o Cafézinho com biscoito, o delicioso blog da Angela.



Imagem: A woman reading by a window de Vilhelm Hammershoi
Fonte:
http://www.friendsofart.net/en/artists/vilhelm-hammershoi

sábado, 23 de abril de 2011

Beatrix Potter e Pedro Coelho

E quem disse que o útero vazio não tem post especial de páscoa? Tem sim senhoras. Com coelho e tudo.

Com vocês: o Pedro Coelho. 


O personagem mais famoso de um útero vazio muito especial: a Beatrix Potter, escritora e ilustradora de livros infantis que se dedicou à arte de criar lindos personagens, muitas vezes baseados em seus próprios animais de estimação. O Pedro mesmo foi um deles. Um coelho que segundo ela era “muito preguiçoso e adorava deitar no tapete perto da lareira”. A história desse coelhinho que aprontou muitas travessuras nos jardins do senhor McGregor foi publicada em 1902 e desde então já vendeu mais de 45 milhões de cópias em todo o mundo!



Para quem quiser saber os detalhes das aventuras do Pedro Coelho fica a dica: volte a ser criança e leia um dos livros infantis mais queridos de todos os tempos.




Para quem quiser saber mais sobre a Beatrix, que só casou aos 47 anos e nunca teve filhos, assista ao filme baseado em um período da vida dela e dê uma olhada nos links indicados abaixo no "leituras adicionais".



Se você quiser passar a páscoa colorindo o Pedro Coelho da Beatrix: clique aqui!


Feliz Páscoa queridas uterinas!


 

Fontes e leituras adicionais:
Texto (biografia) sobre Beatrix: http://www.leme.pt/biografias/beatrix-potter/
Como tudo começou: http://www.angela-lago.com.br/1Potter.html
Desenhos do Pedro Coelho para colorir: http://www.desenhosparacolorir.org/desenhos/61-desenhos-para-colorir-Peter-Rabbit.html

Site oficial do Pedro Coelho (em inglês): http://www.peterrabbit.com/
Visite a casa da Beatrix: http://www.nationaltrust.org.uk/main/w-vh/w-visits/w-findaplace/w-hilltop
Childless Beatrix: http://lifewithoutbaby.wordpress.com/2011/03/12/beatrix-potter/


domingo, 17 de abril de 2011

A razão


"There's a time when you have to explain to your children why they're were born, and it's a marvelous thing if you know the reason by then."

"Um dia você precisará explicar aos seus filhos por que eles nasceram, e este poderá ser um momento maravilhoso se quando ele chegar você souber a razão."

Hazel Scott
Cantora e pianista nascida em Trinidade e Tobago e criada nos Estados Unidos

Foto: Hazel e o filho Adam Clayton Powell III
Tradução: Nicole Rodrigues


sexta-feira, 8 de abril de 2011


EMPTY UTERUS
My first born will never be born
and will never be mine.
He or she will only exist
in the uterus of someone
I did not dare to be.
Nicole 

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