quinta-feira, 30 de junho de 2011

Leitura obrigatória II: "Experiências de mulheres sem filhos: a mulher singular no plural".


"O tema da maternidade mobiliza emocionalmente qualquer mulher, pois ela sabe que não ter filhos, por opção ou circunstância, implica não realizar um potencial, desviar-se de uma norma secular e instaurar uma significativa e incômoda diferença. Pravaz (1981, p. 97) avalia que a mulher sem filhos enfrenta seus próprios sentimentos e o olhar dos outros, uma vez que "encerra um mistério não revelado em seu interior, não se mostrou por dentro, não chegou a 'saber se' por inteiro.

A maternidade parece demonstrar que a mulher está inteira e completa, "que seu interior conserva intacta sua identidade ao repetir o rito ancestral de gestar parir"; a capacidade de ter um filho, de preferência sadio, pode significar "salvar se do desterro da comunidade de mulheres mães", uma vez que, sendo como as demais, a mulher estabelece sua pertinência ao mundo feminino e ocupa o lugar para ela reservado no âmbito socio-cultural.

Portanto, mulheres sem filhos são freqüentemente estigmatizadas, e a manutenção dos preconceitos geralmente provoca sentimentos de exclusão e anormalidade. Goffman (1982), reexaminando o conceito de estigma, criado pelos gregos para indicar sinais corporais através dos quais se tornava visível algo de extraordinário ou mau relativo ao status de quem fosse o seu portador, observou que, na atualidade, o termo é usado de maneira bastante semelhante ao sentido original, embora seja aplicado mais à própria desgraça do que à sua evidência corporal."

Este é apenas um trecho de uma dissertação de mestrado em forma de estudo exploratório* das dimensões atribuídas à não maternidade cuja autora é a  Luci Helena Baraldo** Mansur. Essa dissertação virou livro (foto) em 2003, então se você quiser ler mais sobre o assunto você pode comprá-lo ou ler o texto orignal na íntegra clicando aqui.


* Dissertação de Mestrado: Experiências de Mulheres sem Filhos: a Mulher Singular no Plural. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2000, 190p
** Psicóloga, Mestre e Doutoranda em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Fonte:
http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932003000400002&lng=es&nrm=

terça-feira, 21 de junho de 2011

Leitura obrigatória I: "Nós, as vadias" de Lélia Almeida



Queridas uterinas, demorei mas voltei, trazendo uma "leitura obrigatória" para esta semana: o texto "Nós, as vadias" de Lélia Almeida.

Leia um trecho abaixo e na íntegra aqui.

"Sempre que as mulheres dão as mãos e saem às ruas, o mundo muda, não duvidem disso jamais, revisitem a história do mundo, mesmo que pareça que caminhamos em círculos sem fim, já que as repetições são insanas, e os retrocessos absurdos. Sempre que as mulheres saem às ruas para brigar contra as injustiças alguma coisa acontece, ainda que as mudanças tardem e a gente sempre tenha que relembrar, refazer, retornar aos motivos essenciais, primeiros, e ajudar as mais jovens a lembrar o quanto é importante não esquecer. Êita movimento de mulheres este, idas e vindas, avanços e tantos atrasos."

Lélia Almeida

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A importância do útero (mesmo vazio)


"A missão do útero não se limita à nobre tarefa de abrigar uma nova vida nem termina com o nascimento do bebê. O órgão ajuda a manter o assoalho pélvico que dá sustentação à bexiga. Sem esse suporte, há risco de surgir uma incontinência urinária, por exemplo. É do útero, também, que partem importantes artérias que alimentam os ovários. Mal nutridos, eles começam a entrar em falência e sua vida útil diminui, em média, seis anos. Por fim, o órgão também serve de passagem para muitos nervos. Quando esse caminho é cortado, podem surgir agumas alterações neurológicas nos genitais. "O conceito de que ele só serve para ter filhos está bem ultrapassado."

Claudio Basbaum,
ginecologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo

Cllique aqui para ler a matéria "Mulher por inteiro" de Gabriela Cupani, publicada na revista Saúde, que trata da questão do impacto da retirada do útero e dos ovários na saúde da mulher.

Postagens populares