O que há de errado com a introdução da BBC ao programa de rádio
"Women´s hour" que foi ao ar no dia 08 de março de 2012 - Dia
internacional da mulher? Leia abaixo e tente adivinhar.
"Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolher quando e quantos filhos querem ter, ainda assim nenhum serviço de planejamento familiar é oferecido a elas. Assistência ao planejamento familiar vem lá atrás quando o assunto é a verba destinada em comparação a outros tópicos relacionados à saúde. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, discutirá este assunto no Parlamento Britânico a fim de destacar as razões econômicas e sociais para um maior investimento em planejamento familiar. Ela estará conosco no programa de hoje."
Eu ouvi o programa inteirinho, que, alias, é muito bom, apenas lamentei profundamente que a opção de NÃO ter filhos sequer tenha sido cogitada. A frase inicial do texto de introdução deveria ser "Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolherem se querem ou não ter filhos, e quando e quantos filhos querem ter". Por que o acesso à pílula e a outras formas de contracepção não serve apenas para adiar a vinda de um filho, mas também para evitar que isso aconteça. Seja quando for. E a decisão de não ter filhos também deve ser vista como planejamento familiar. Afinal de contas, existem famílias de duas pessoas. Marido e mulher que decidiram não ter filhos e que, portanto, planejaram sua família.
"Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolher quando e quantos filhos querem ter, ainda assim nenhum serviço de planejamento familiar é oferecido a elas. Assistência ao planejamento familiar vem lá atrás quando o assunto é a verba destinada em comparação a outros tópicos relacionados à saúde. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, discutirá este assunto no Parlamento Britânico a fim de destacar as razões econômicas e sociais para um maior investimento em planejamento familiar. Ela estará conosco no programa de hoje."
Eu ouvi o programa inteirinho, que, alias, é muito bom, apenas lamentei profundamente que a opção de NÃO ter filhos sequer tenha sido cogitada. A frase inicial do texto de introdução deveria ser "Mais de 215 milhões de mulheres desejam o direito de escolherem se querem ou não ter filhos, e quando e quantos filhos querem ter". Por que o acesso à pílula e a outras formas de contracepção não serve apenas para adiar a vinda de um filho, mas também para evitar que isso aconteça. Seja quando for. E a decisão de não ter filhos também deve ser vista como planejamento familiar. Afinal de contas, existem famílias de duas pessoas. Marido e mulher que decidiram não ter filhos e que, portanto, planejaram sua família.
Então me preocupou que até um tópico tão importante e próximo à causa da maternidade consciente, como é o caso do Planejamento familiar, tenha excluído o grupo de mulheres que opta pela não-maternidade. Por que a questão não pode começar no "vamos planejar quando e quantos filhos queremos." Mas sim no "vamos pensar e decidir se queremos ter algum filho". E se a resposta for sim, aí sim a gente parte para as outras perguntas.
Fora isso, como eu disse acima, vale a pena ouvir o programa e as ideias de uma mulher admirável como a Mary Robinson. Você também pode ouvi-las se quiser, basta clicar aqui (chapter 2).