quarta-feira, 12 de maio de 2010

Direito da mãe





É natural que o aborto seja um assunto dilacerante em cada sociedade. Que outra questão diz tão diretamente respeito à própria preservação da espécie? A dificuldade é medir a proporção do direito da mãe em relação ao da criança que ainda não nasceu. Numa decisão histórica, em 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a mãe é quem decide até o sexto mês de gravidez. Nos anos 90, a liberalização se tornou o alvo predileto do conservadorismo americano - curiosamente, a razão do único terrorismo sistemático existente nos Estados Unidos. Entre 1977 e 1994, ocorreram 1.700 atentados contra clínicas de aborto no país. Os comunistas tinham um comportamento dogmático nesse assunto: liberação total e irrestrita. Estima-se que em Cuba cerca de 40% das gestações terminem em aborto. Assim era na Polônia comunista. Num caso raro de retrocesso, o governo pós-comunista, com forte influência católica, cassou o direito de aborto.


A maioria da população do planeta vive em países com legislação liberal. A começar pela China, onde o controle demográfico é uma estratégia fundamental do governo. O Japão é um caso especial, visto que não restringe o aborto mas proíbe radicalmente as pílulas anticoncepcionais. O resultado é uma alta taxa de aborto. Poucos países admitiam o aborto até apenas três décadas atrás. A liberalização na Inglaterra, em 1967, é considerada um marco no processo. O grupo dos países onde o aborto é inteiramente ilegal é bem homogêneo. No Brasil, apesar da pressão contrária de católicos e evangélicos, a comissão de juristas que estuda a reforma do Código Penal sugeriu a ampliação dos casos em que o aborto é permitido. A proposta, se aprovada, legaliza o aborto nas situações em que ocorreu violência física ou moral contra a mulher. Outra circunstância em que seria aceito é quando há fraude, como no caso do anticoncepcional Microvlar, que causou gravidez indesejada em várias mulheres.


*No Brasil o aborto é permitido em caso de incesto, estupro ou anomalia fetal.


Textos e imagens: http://www.aborto.com.br/mapa/index.htm


2 comentários:

  1. Oi moça,conheci seu blog quando tava procurando o livro "Papisa Joana".Gostei do eu blog continue assim.

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  2. Olá Roberta,

    Que bom saber que você conseguiu encontrar o que procurava aqui e que gostou do blog. Lembro de ter lido o livro Papisa Joana em duas semanas. Foi uma leitura muito emocional. Eu pude ver e senti tudo o que lia sobre a vida dessa extraordinária mulher.

    É uma pena que o seu perfil não tenha nenhum email para contato, caso contrário eu poderia lhe enviar todos os posts do útero vazio via email.

    Um abraço,

    Nicole

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