Já
faz algum tempo que assisti a este filme: Quem tem medo de Virginia Woolf.
Lembro do grande impacto que ele teve em mim, por vários motivos.
- O primeiro deles foi assistir Elizabeth Taylor na tela pela primeira vez. Talvez até não tenha sido a primeira, mas como eu não lembro de tê-la visto em nenhum outro filme além de Cleópatra, que assisti quando era muito pequena e do qual não lembro nadinha de nada, a sensação foi esta mesmo: a de vê-la em movimento pela primeira vez. Antes disso, tudo o que eu tinha como referência sobre ela eram fotos, pôsteres, desses que a gente vê em revistas e sites sempre que há uma lista de mulheres mais belas de todos os tempos, divas do cinema, musas eternas, etc… Assisti-la dominando cada uma das cenas em duas horas de filme foi uma experiência extraordinária. Um daqueles momentos em que a gente finalmente junta uma coisa com a outra e pensa: Ahhh, agora eu sei porque é ela é um ícone. Ela foi bem mais, muito mais, do que um par de olhos violeta. Uma atriz extraordinária, belíssima, que já havia passado dos seus anos dourados em termos de juventude e beleza intocável, mas talvez por isso mesmo, tenha se sentido mais à vontade para mostrar que, de fato, sabia atuar. Só isso teria sido o suficiente pra eu gostar de ter assistido este filme.
- O segundo impacto foi assistir o desenrolar da história que deixa muitos pontos de interrogação na cabeça do espectador. É um desses filmes que não se preocupa em mastigar tudo, resolver tudo, esclarecer tudo. Cabe ao espectador, com base em quão atentamente ele assistiu cada uma das cenas, sair catando os pedaços de um quebra-cabeça.
Não posso contar muito, aliás não posso contar nada, senão vou estragar o final do filme, mas se você estiver a fim de assistir uma guerra de deuses na telinha e explorar os mistérios emocionais deste casal (com ou sem filhos): alugue este filme. Vale a pena cada minuto. E depois – só DEPOIS – de assisti-lo, aventure-se neste ensaio crítico sobre a obra (em inglês).
Nicole Rodrigues