As coisas foram acontecendo sem muito planejamento na vida da
advogada Vera Martini, de 55 anos. Quando jovem, queria casar-se e ter
filhos. Mas o amor da vida tardou a chegar e ela nunca pensou em
produção independente. Quando encontrou seu companheiro e casou, aos 42
anos, já era tarde para a maternidade.
- Não havia mais espaço na minha vida para filhos. Não queria abrir mão de tudo para ser mãe.
E foi assim que a vida se encarregou de mostrar a ela que a felicidade seria possível, mesmo com o desvio do plano inicial. Hoje, mais madura, compreende que a maternidade nunca foi uma necessidade, um desejo visceral. Era mais um apelo cultural, que ainda causava eco em sua geração de mulheres, para quem a única felicidade genuína residia na formação de uma família. Na verdade, segundo Vera, isso nunca foi importante.
Observá-la com os sobrinhos e afilhados, no entanto, prova que não é
preciso parir filhos para exercer o amor maternal. Ela os mima, convive
com eles, fez de todos gremistas fanáticos e os carrega para a Arena
sempre que pode. Apesar disso, e talvez por causa disso, nunca sentiu
falta de filhos seus.
- Não ter filhos mais cedo foi circunstância. Depois, foi decisão.
Fonte: Jornal Zero Hora
Reportagem: Patricia LimaFoto: Carlos Macedo / Agencia RBS
Fotos: Adriana Franciosi
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