quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Felizes sem filhos (parte III)


As coisas foram acontecendo sem muito planejamento na vida da advogada Vera Martini, de 55 anos. Quando jovem, queria casar-se e ter filhos. Mas o amor da vida tardou a chegar e ela nunca pensou em produção independente. Quando encontrou seu companheiro e casou, aos 42 anos, já era tarde para a maternidade.

- Não havia mais espaço na minha vida para filhos. Não queria abrir mão de tudo para ser mãe.

E foi assim que a vida se encarregou de mostrar a ela que a felicidade seria possível, mesmo com o desvio do plano inicial. Hoje, mais madura, compreende que a maternidade nunca foi uma necessidade, um desejo visceral. Era mais um apelo cultural, que ainda causava eco em sua geração de mulheres, para quem a única felicidade genuína residia na formação de uma família. Na verdade, segundo Vera, isso nunca foi importante.


Observá-la com os sobrinhos e afilhados, no entanto, prova que não é preciso parir filhos para exercer o amor maternal. Ela os mima, convive com eles, fez de todos gremistas fanáticos e os carrega para a Arena sempre que pode. Apesar disso, e talvez por causa disso, nunca sentiu falta de filhos seus.

- Não ter filhos mais cedo foi circunstância. Depois, foi decisão.

Fonte: Jornal Zero Hora
Foto: Carlos Macedo / Agencia RBS
Reportagem: Patricia Lima
Fotos: Adriana Franciosi

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